Ensaio de Compressão Marshall
Procedimento de ensaio detalhado com instruções passo a passo para laboratórios e profissionais técnicos.
Ensaios de Misturas Betuminosas
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Objetivo
Determinar a resistência mecânica (estabilidade) e a deformação (fluência) de misturas betuminosas compactadas quando submetidas a carga de compressão aplicada diametralmente. Este ensaio é fundamental para avaliar a qualidade e adequação de misturas betuminosas para pavimentação, fornecendo parâmetros essenciais para o dimensionamento de pavimentos flexíveis e verificação da conformidade com especificações técnicas.
Normas Aplicáveis
ASTM D6927, EN 12697-34
Equipamentos e Materiais Necessários
- - Prensa Marshall com capacidade mínima de 30 kN
- - Sistema de medição de carga com precisão de 0,2 kN
- - Dispositivo para medição de deformação com precisão de 0,01mm
- - Molde de ensaio para posicionamento do provete, com segmentos curvos de aço
- - Banho-maria com controle termostático capaz de manter 60±1°C
- - Termômetro com precisão de 0,1°C e faixa de 0 a 100°C
- - Balança com capacidade mínima de 2kg e precisão de 0,1g
- - Paquímetro com precisão de 0,1mm
- - Luvas térmicas para manuseio de provetes quentes
- - Pinças adequadas para manipulação dos provetes
- - Cronômetro com precisão de 1 segundo
- - Recipiente com água a 25°C para determinação da baridade
Preparação da Amostra
Preparar provetes Marshall conforme procedimento padrão: aquecer os materiais, misturar, compactar com 50 ou 75 golpes por face, e desmoldar.
Precauções de Segurança
- Utilizar luvas térmicas ao manipular provetes quentes
- Ter cuidado com o banho de água quente
- Verificar se a prensa está em boas condições antes de iniciar
- Manter as mãos afastadas das partes móveis durante o ensaio
Procedimento Passo a Passo
- 1. Preparação dos equipamentos:
- a. Verificar a calibração da prensa Marshall e ajustar se necessário
- b. Certificar-se que o sistema de medição de carga e deformação está operando corretamente
- c. Preparar o banho-maria, configurando-o para manter temperatura constante de 60±1°C
- d. Limpar e lubrificar as guias do molde de ensaio
- e. Verificar o funcionamento do extrator de provetes
- 2. Inspeção dos provetes Marshall:
- a. Examinar visualmente cada provete quanto a defeitos ou irregularidades
- b. Descartar provetes que apresentem deformações, fissuras ou outras anomalias
- c. Garantir que os provetes estejam identificados corretamente
- 3. Medição das dimensões dos provetes:
- a. Medir a altura de cada provete em quatro pontos equidistantes ao redor da circunferência
- b. Calcular a altura média e registrar com aproximação de 0,1mm
- c. Medir o diâmetro em dois pontos perpendiculares entre si
- d. Calcular o diâmetro médio e registrar com aproximação de 0,1mm
- 4. Determinação da baridade aparente:
- a. Pesar cada provete seco ao ar (m1)
- b. Imergir o provete em água a 25±1°C por 3-5 minutos
- c. Pesar o provete suspenso em água (m2)
- d. Retirar, secar superficialmente com pano úmido e pesar novamente (m3)
- e. Calcular a baridade: ρb = m1 / [(m3 - m2) × ρw], onde ρw é a densidade da água
- 5. Condicionamento térmico:
- a. Imergir os provetes no banho-maria a 60±1°C
- b. Garantir que os provetes estejam completamente submersos
- c. Manter os provetes nesta temperatura por 30-40 minutos
- d. Definir um cronograma para ensaiar os provetes um a um, mantendo os demais no banho
- 6. Montagem na prensa Marshall:
- a. Retirar o provete do banho com auxílio de pinças ou luvas
- b. Secar rapidamente a superfície com papel absorvente
- c. Posicionar o provete centralizado no molde de ensaio
- d. O tempo entre a retirada do banho e o início do carregamento não deve exceder 30 segundos
- 7. Execução do ensaio:
- a. Colocar o conjunto na prensa Marshall
- b. Zerar os indicadores de carga e deformação
- c. Iniciar o carregamento a uma taxa constante de 50,8mm/minuto
- d. Monitorar continuamente a carga aplicada e a deformação correspondente
- e. Registrar a carga máxima atingida (estabilidade)
- f. Registrar a deformação correspondente à carga máxima (fluência)
- g. Continuar o ensaio até que a carga comece a diminuir
- 8. Correção da estabilidade:
- a. Determinar o fator de correção com base na altura do provete (tabela específica)
- b. Multiplicar a estabilidade medida pelo fator de correção
- c. Para provetes de altura 63,5mm exatos, o fator é 1,00
- d. Para outras alturas, consultar a tabela de correção da norma específica
- 9. Repetição:
- a. Repetir o procedimento para todos os provetes
- b. Ensaiar no mínimo 3 provetes para cada condição ou tipo de mistura
- c. Calcular a média dos valores de estabilidade e fluência
- 10. Análise e documentação:
- a. Calcular os valores médios de estabilidade corrigida e fluência
- b. Verificar a variabilidade dos resultados (desvio padrão)
- c. Comparar os resultados com os critérios de aceitação especificados
- d. Documentar todas as observações relevantes e condições específicas do ensaio
Cálculos e Análise de Resultados
Estabilidade Marshall corrigida (kN) = Estabilidade medida × fator de correção
(Fator de correção baseado na altura do provete, conforme tabela padrão)
Deformação Marshall (mm) = Valor lido diretamente do equipamento
Referências/Bibliografia
ASTM D6927 - Standard Test Method for Marshall Stability and Flow of Asphalt Mixtures
EN 12697-34 - Bituminous mixtures - Test methods - Part 34: Marshall test
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Última atualização: 23/05/2025